Sunday, June 24, 2007

Angústia(s)...

Este inapetite de tudo, esta sensação de querer agarrar a poeira que se esvai, densa, por entre os interstícios, nas fímbrias da minha dor, sem saber de quê...
Um peso sem dimensão que aniquila toda a minha vontade, que me prosta, me acorrenta a uma mudança sem tempo, num espaço sem medida, numa inacção permanente....
Um desgosto profundo rebenta com o meu peito, sinto o coração querer saltar pela boca: onde antes era fruição por tudo e por nada - bastava a vida para me sentir bem... - permanece, recrudesce este sentir oco, desnudo, esfarrapado, desconstruído. Apagou-se a luz dos meus olhos, a claridade da minha face, o brilho dos meus cabelos, a concretização dos meus mais ínfimos sonhos...
Sinto-me morrer de dia para dia, sem alento em cada esquartejar do tempo - tenho medo de não ser capaz de nunca mais ser capaz de voltar a mim - já não me reconheço: perdi a réstea de esperança que me ajudava a prosseguir... As sombras felizes do meu passado deixaram de ser uma, a única razão que me orientava, que me animava: tudo fugiu de mim, esvai-se-me, também, a alma...