Sunday, July 5, 2015

"Mixórdia de Temática" - Os MITRA...

Enquanto preparo, ou fiscalizo, as actividades, que me proponho concretizar todos os dias, vou ouvindo a telefonia, (quando o meu espírito está em condições de absorver alguma coisa, de qualquer coisa, seja ela música, notícias, opiniões, palestras, reportagens, entrevistas...)
Anteontem, (porque fui obrigada, por razões de saúde, a deslocar-me a Torres Vedras), estava no Vale Vite a reordenar a minha vida. Tão abstrusa e tão inopinada foi a intervenção, que, num repente, não me apercebi da carismática intervenção de Ricardo de Araújo Pereira. Liguei os "auriculares", sintonizei-os, e as informações foram-se desnovelando e tomando corpo no meu cérebro: "quem é este?" "Mitra? Que é isto?"
Como é usual tudo isto se vai repetindo ao longo do dia; à segunda, já estava "ligada".
Todos sabemos da riqueza imaginativa do Ricardo. Muito adequadas, assertivas, contundentes as suas críticas sociais, muito particularmente voltadas para a juventude dos nossos dias.
Foi "a geração rasca"...  que descambou em algo perfeitamente aberrante. 
"À rasca", o ápodo com que muitos pretendiam defendê-la? Há muito terreno, ainda para lavrar, muita escadaria para limpar, falta de mão-de-obra para as profissões mais elementares, a que toda a gente precisa, algum dia, de recorrer: electricistas, pintores de interiores e exteriores, marceneiros, carpinteiros, mecânicos, canalizadores ...
Essa de desejar que (o)/(a)s filh(o)/a)s sejam doutor(e)/(a)s?!
Só quem tem estofo, deveria ser encaminhado para estudar, subindo uns degrauzitos mais. 
Abaixo os massacres, tanto aos que estudam coisa nenhuma, como aos que ensinam menos ainda. Seria um "tatebitate" de profunda determinação, que iria salvar toda uma nação. 
Deixemo-nos de utopias, de pretender "esconder o Sol com uma peneira". Quanto não se pouparia por esta via? Mais: quantas mais pessoas muito mais felizes não encontraríamos? 
O nível de iliteracia, muito mais gravosa que o anafab(e)/(ru)tismo, cresce de forma vertiginosa, e é de grau muito mais elevado, do que era o do analfabetismo, há uns anos atrás.
Apesar de terem tudo pago e repago, sem obrigações algumas de retorno do que quer que seja, ainda esmolam passagens de ano, índices liminares de avaliação aceitável.
Enfim: "mitrismo"?!... (Ou "mitrice"? Já que se converge para o paroxismo de uma indefinição humana, de uma contaminante inépcia para o que quer que seja, de um total desconhecimento de razão de ser, estar, ou existir?!)
São os "Mitras"
São os pais, os avós, os tios, os primos... e são eles! Comem à conta, vestem à conta, "estudam" à conta, passeiam à conta, compram tudo, (do caro e do melhor!), à conta, estragam tudo o que podem e bem entendem à conta!...
São os "Mitras", sim, Ricardo de Araújo Pereira!
Os vermes que rastejam pelos cantos das escolas. As bolsas de trampa, que denigrem o trabalho de quem quer fazer alguma coisa de válido por eles. 
Já deixaram de ser patos bravos: são a trampa, o escarro, os abortos das nossas sociedades hodiernas!

Ramada, 05/07/2015, (18h:43')