A vida passa... Tanto se me dá que corra, ou deslize: estou a esgrimir-me com ela. Aceito o fim da linha como benção. Tarda o descanso.
Um tormento a minha vida, de que pouco me ouvem lamuriar - estou sem alma para nada, sem ânimo para lutar, para ressurgir.
Dormir é tudo o que me conduz ao "oblivium"... Um limbo, sempre.
Pensar em fazer o que quer que seja, dói, custa, delassa-me - fico e nada sou; parto e não sei para onde, ou por onde pisam os meus passos.
Que cansaço?! Ou talvez nem isso.
Não estou onde quero - e onde me quero?
Não faço o que desejo - e o que é que anelo?
Nunca me senti - se isto é sentir?!... - tão amorfa, invadida, destruída, derruindo lentamente.
Tudo perdeu o sentido.
Ah! Mário de Sá Carneiro!
Somos o incomensurável espólio do absurdo.
Não me gosto deste modo e de outro qualquer já me desgosto.
Vale Vite, 28/09/2016, (01h:00')