Saturday, September 28, 2013

Inconsistências

Devia ter já na minha mão o segundo Romance-Crónica.
Inapeteceu-me acabá-lo, revê-lo... Intentei introduzir outras inovações à forma, alargar e/ou esclarecer conteúdos, sem alterar os factos

          [uma das primeiras coisas que me ensinaram quando comecei a trabalhar nos Nitratos de Portugal, foi
           "Quando escrevemos temos que ter em conta que o  
           fazemos para gente estúpida - tem que se dizer tudo  
           tintim por tintim"]

É muito difícil, para um ser sistemático, sintético, organizado enveredar pelo neo-realismo prolixo. As minhas obras são curtas, propõem extrapolações, interpretações diferenciadas, mas, depois de dadas como completas, ao revê-las, mesmo que as queira alterar, não consigo - é como se assassinasse outro autor.
Mia Couto costuma dizer, "escrevi, matei - penso já no a seguir".
Que estranha forma de vida a nossa - tentamos evoluções discursivas para nos fazermos entender oralmente - (que também não é muito o meu "modus vivendi" e/ou "operandi"; mas, às vezes, é imperativo) - e, em registos de outro teor, denunciamo-nos. 

E vim por aqui variar um pouco, intervalar...

Vou ter um grande dia hoje! Merecia ser festejado antecipadamente!

28/09/2013 (10h:05')   

Wednesday, September 25, 2013

Presunções

Presumimos o que somos, o que pretendemos ser, o que gostaríamos de ser, o que os outros supõem que somos, o que os outros gostariam que fossemos... E, afinal, somos um nada, desconstruído, coisificado, deidificado, vilipendiado, usado, abusado...
Presumimos dos outros até o que os outros não sabem deles próprios...
Para preencher o quê?
Espaços?
Tempos?
Retóricas?
Extrapolações?
Negações?
Divinizações?

Lacunas! Nada mais!
Águas pardas, paradas, cercadas de cristalizações que estatuímos como limites de compreensibilidades que cremos ficar catalogadas para nossa melhor orientação das coordenadas da vida - lacunas...
Que étimos riquíssimos possuimos!
Nada mais. Tudo se apaga: recrudescer, reviver, reapelar, reiterar, resolver, rematar...
O quê? 
Os momentos não deixam de fluir; o compasso nem sempre é binário - oxalá fosse...
Somos nós, aquele e os outros, que são nossos, e todos os outros que são daquele, e que nem sempre são coincidentes. 
Concupiscências, promiscuidades, intromissões, interposições, desvinculações, anulações, dúvidas, inseguranças, fragilidades...
... e todas as negações grudadas às nossas auto-afirmações!

Como é possível crer-se, ainda, que sejamos capazes de nos refazermos num mundo renovado?!

"No man is an island in itself..." John Donne - pois não!... Quem diria?!...

26/09/2013, (03h:58') 

Friday, September 20, 2013

Minhas Efabuações - 22


Perdi o acesso ao meu "e-mail" da outra página do FB, mas, através das IMs, recebi o convite da Vice-presidente da U.L.L.A. para participação na próxima Colectânea, de Tema Livre, que deverá ser editada antes do Natal.

Surgiu-me, agora, a consciencialização de que nem de tal facto me lembrei - Natal! Uma histeria colectiva, sempre o considerei, à excepção dos passados em Moçambique, em família, ou alargado à vizinhança dos prédios onde vivemos: uma partilha, uma festa que reunia os amigos de todos os dias. Que saudades e que bonito era?!...

Falei da vida, da minha, da de todos nós, da de todos os dias.
Três propostas - foram-me pedidos "três poemas":
- um Soneto com variações silábicas fora das conceptualizações dogmáticas;
- um conjunto de Décimas em Redondilha Maior seguindo o modelo da Arte Maior, mas cujo Mote, da minha escolha, é uma Quadra Popular
- quatro Quadras em Redondilha Maior 

   

Um Conto por mês

A Maminhas

....................

É de meu natural andar nua, ou meia-nua pela casa. Esqueço-me que há vizinhos, que até aos binóculos recorrem para espreitar e "tirar bem as medidas".

....................

Uma noite, como era meu hábito, saí para comprar as minhas cigarrilhas que só encontro em dois sítios por aqui.

...................

Dado o tardio da hora, só me restava a bomba de gasolina.
Enquanto estava a tomar café, ......, entrou um casal que cumprimentei, em resposta à saudação ...... Olhando de relance, pareceram-me caras conhecidas, e a confirmação veio depois, através de uma observação feita pela mulher: "Olha, é a das maminhas!" O homem não entendeu logo, e ela desviou o assunto, evitando que eu pudesse ouvir, o que já havia sido captado - tenho muito bom ouvido, para mal dos meus pecadilhos.

....................

(Separaram-se).

....................

O homem é delicado, deferente para comigo, ......, quando vem estar com a filha, ......
Registam-se agora determinadas ocorrências, de que não se davam notícia anteriormente: ...... discussões, ...... (gritos, dela), ......

....................

O que de inevitável possa ter acontecido, será assunto deles, particular mas espero que as minhas maminhas não tenham sido o óbice - não tenho culpa de "sair ao pai", como sói dizer-se...

In
Contos em Noites de Lua Cheia - O Vale das Sombras
ISBN: 978-989-20-3163-7
Junho 2012
Composição: Fast.Livro

Wednesday, September 18, 2013

Minhas Efabulações - 21

Recebi, há três ou quatro dias atrás, a Antologia LOGOS, de Setembro.
O número de aderentes e/ou participantes vai aumentando.
Um leque variadíssimo de opções de leitura, de expressão pessoal, de modos de pintar com as palavras o que, no momento, nos faz manifestar, insurgir ou afagar instantes, sensações... - uma panóplia imensa de escolhas, de gostos e preferências.



É só seguir o link
                         
         http://www.carmovasconcelos-fenix.org/LOGOS/LOGOS-4SET-2013.htm
    

Tuesday, September 17, 2013

Minhas Efabulações - 20-B

Recebi ontem, 17 do corrente mês, as provas da tese sobre Rudolfo Anaya.
Há acertos a fazer, relativamente ao Título. Contudo, a configuração será a que se segue



Composição da EuEdito.
Fotos da "net" escolhidas por mim.
Contra-capa da minha autoria.
Já tem ISBN e DP - serão postados mais tarde.

Uma alternativa ao nosso "render de armas" perante a tresloucada busca de uma razão para a vida. Um perfeito "strip-teasing" da nossa pequenez nesta cosmogonia universal.
Dizia Susana Tamaro, "o único mestre que existe, ...é a nossa consciência. Para a sentirmos temos de estar em silêncio ... nus, e sem nada à nossa volta. ... Se a vida tem um sentido ... esse sentido é a morte, todas as outras coisas só redemoinham à nossa volta".
Chacrãs, Filosofia Celta, Xamanismo ... conduzem-nos ao "eu e o nada" de Sartre.

Jalamanta é uma obra obrigatória de leitura: um hedonismo sem limites, uma truculenta exploração, e expurgação, dos nossos mais íntimos medos.


ISBN: 978-989-20-4191-9
Depósito Legal: 364562/13

26/09/2013

Friday, September 13, 2013

Minhas Efabulações 16-A-2

No dia 20 de Outubro, p.f., terá lugar um almoço para celebração do quinto aniversário dos Horizontes da Poesia, com o lançamento da Antologia HP - 5.
Com duas participações minhas: dois tautogramas:
              - um, em D
              - outro, em R e S

Minhas Efabulações 16-A-1

Programada para 30 de Novembro, Sábado, pelas 16h:00', p.f., o lançamento da  POÉTICA III - Antologia de Poesia e Prosa-poética portuguesa contemporânea, com 70 participantes, da responsabilidade da Editorial Minerva.
O evento terá lugar na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, perto do Estádio do Sporting.
Seis participações minhas: - dois poemas, (dois sonetos)
                                           - quatro textos poéticos

Tuesday, September 10, 2013

Minhas Efabulações - 20-A

Recebi, mais cedo do que contava,  a prova do meu primeiro Romance, baseado em factos verídicos, que, desassombradamente, narra a anemia que o Amor evidencia quando uma das partes, nem se prova como ser humano, nem se assume como racional, com um mínimo de sentimentos que nos possam garantir que vale a pena deixarmo-nos enredar nas malhas que Eros, Cupido, ou o Diabo tecem em nosso redor.
Porquê esta minha asserção? Esquecer, não é possível. Só os néscios são capazes de uma negação dessas. 
Tentar encontrar outro arrimo, pode-se sempre. Quando os sinais indiciam prossecução da mesmíssima aberração, ignorar que se existe como ser sexuado, é preciso.
A vida merece um louvor permanente.
A vida é uma obra demasiado séria e grandiosa para que deixemos que a destruam.
Ninguém pede para nascer. Mas pode-se pedir que nos permitam ser minimamente felizes, e, sobretudo, GENTE!

Ser MULHER é ser maior.
Ainda não houve ninguém que me provasse o contrário do que vou afirmar: o grande logro da vida foi Deus ter-se enganado na Criação do Mundo - devia ter começado por fazer a mulher, e só depois o homem. Os genes cromossomáticos patenteiam bem isso.
Não tinha referências femininas? E a mãe? Mãe é para sempre; pai é material de empréstimo! Por isso criou o mundo "à sua imagem e semelhança"?  Por isso há tantos deuses? (Estou a tornar-me seguidista do ateísmo?!... A vida obriga...)


O livrinho é assim:


Não consigo ver o ISBN, nem o DL.
Quando receber os espécimens, registá-los-ei.
A foto de capa obviamente que é retirada da "net".

Recebi ontem - 17/09/2013 - os exemplares:
ISBN: 978-989-98135-9-5
Depósito Legal: 364154/13
geral@euedito.com
www.euedito.com
PVP: 10,00€

Saturday, September 7, 2013

Montargil - Prémios Literários 2013

Um dia agitado com muito desconforto - é mais longe do que supunha com paisagens monótonas, o que se torna desagradável tentar lá chegar.
Montargil é como um oásis, perdido - porque ninguém conhece, nem sabe indicar o caminho; indicações topográficas não existem.

A festa resultou numa grande confusão, organização precipitada, muito pouca gente - por contingências várias nesta época do ano.
Ficou muito aquém das minhas expectativas, dado o empolgamento dos organizadores.

Os contactos valeram o que valem em circunstâncias destas - breves, atabalhoados, precipitados, tipo "Cas Bah", sem agarrarem o momento, com uma babilónia de intervenções sem grandes notas de fundo a registar.

Lamento o tempo perdido.

Não tenho ainda as fotografias - poucas - que tirei. Uma inapetência de tudo me inundou a volição.

Aguardo que me enviem as gravações que efectuaram embora não acredite que haja alguma coisa que valha a pena.

Friday, September 6, 2013

Desajustamento


Devaneio teu, ou meu?
Não sei o que nos deu
Sei que já não sou eu
Ajuda-me, Deus meu!

Fica tanto por dizer
E mais por acontecer
Procurava preencher
Esta fome de viver

Dei comigo a sonhar
Com todo o teu versejar
Quando o encanto acabar
Que restará recordar?

Letras, palavras e versos
Foram tempos de outros terços
Foram sonhos esses versos
Em que estivémos imersos

Deste-me sonhos um dia
Para fugir à melancolia
Desta vida fugidia
Vivida sem alegria

E contudo, vê tu bem,
Destruíste tudo, também
Para agradar a alguém
Que tão pouco siso tem

Não ouviste os meus queixumes,
Não sentiste os meus ciúmes:
Deixei-me arder nesses lumes,
Sendo todos meus descostumes

Como mulher te amei,
Como poeta sonhei
E agora já não sei
Desse tudo que guardei

Versos, canções e loucuras
Proporcionaste-me venturas
Com essas tuas brilhaturas
Que floriram nas tuas escrituras

Dei-te tudo num rompante
Senti-te sempre titubeante
Julgando-me uma ignorante
E dos teus versos obsidiante

Nem te cheguei a conhecer
Já nem quero mais saber
Se isso irá acontecer:
És memória a reviver

Esquadrinhado nos espaços,
Nas quebras dos meus cansaços
Levaste para longe fracassos
Esquecidos pelos teus laçaços

Sonho, quimera, ilusão
Foste tudo de supetão
E não vou dizer que não
Foste, sim, também paixão

Adormeço ainda com imagens
Em doces, ternas voragens
Meu corpo embarca em viagens
Sem retorno, sem paragens

Vale Vite, 05/09/2013, (04h:33') 




Wednesday, September 4, 2013

As minhas efabulações - 20

Estão em vias de preparação e edição mais três obras minhas.
Aguardo que a Editora reabra depois de férias, (merecidas!).

Dois romances baseados em dados e episódios verídicos de vidas delassadas pelas vicissitudes do tempo, das relações entre os pares sexuais, e das memórias que não se apagam jamais dos nossos registos:
a) Amar é perder
b) Há um sol em cada esquina

Uma breve crítica literária sobre a obra de Rudolfo Anaya, Jalamanta:
                   O Sentimento Cósmico da Vida:
           Variações sobre o homem e o mundo em
                 "Jalamanta", de Rudolfo Anaya

Em esboço, um compêndio de Crónicas - uma surpresa que tem vindo a ser pensada há já algum tempo. Permitirá momentos de reflexão sobre comportamentos humanos, que se aceitam, mas deveriam ser banidos, posturas em que nos enredamos e com as quais anuímos, quando deveria processar-se o contrário.

Aguarde-se o regresso ao trabalho dos editores. Veremos o que se poderá formalizar. Como de costume, capas e contra-capas minhas, se não houver melhor opinião da parte da Gráfica-Editora.

A minha produção (amadora)

Tenho verificado que acedem a este meu "Blog" para visitarem as minhas pinturas.
Há um "blog" que se vai construindo e que houve necessidade de o formar, dado que, quando me é possível, e quando sou solicitada, frequento Feiras e Exposições de Artesanato.

                            As Tintas da Ana
      http://www.AsTintasdaAna.blogspot.com

Um caminho mais fácil, de busca, sem dúvida.
Obrigada a quem se interessa.

Quartos de Lua

Quartos de Lua

Lua Nova, fria, cega
Desaparece, não se deixa ver
Esconde-se, e não sossega
À espera de renascer

Quarto Crescente de encanto
Balouçando lá nos céus
Deixa para trás o quebranto
Despindo a alma dos véus

De que se vestiu a noite.
Rebolona, a Lua Cheia,
Ajouja-nos com o afoite
Liberando-nos da peia

Que o desejo escondido,
Silente, mudo, migrante
Reflecte, de delambido,
Na timidez do Minguante.

Vale Vite 04/09/2013, (15h:13')