Sunday, May 1, 2011

Relicário

Se as experiências contam p’ra valer, e se valem o que valem, os bambúrrios da fortuna giram de forma contrária a tudo o que se deseja – perde-se o gosto, perde-se a memória, perde-se o sonho, perde-se a esperança, perde-se o “élan” – perde-se o amor, ao cabo e ao resto!
Vida madrasta esta, como doença crónica de angústia, de descrença e malquerença – andamos sempre de mal com ela: não se deixa amar, ainda que persistamos em amanteigar “o pão do Diabo” de todos os dias… Dá vontade de desistir dela, e “partir p’ra outra”!
Canso. Os ossos pedem descanso.
Retardo, e esmoreço. Qualquer sensação próxima do alento da morte bafeja à minha volta.
Fumo, para ver se ainda respiro – desisto: não fruo do modo como soía; deixa-me amargos de boca desconhecidos, como se de calos ficassem cheios os meus papilos – que desconforto sem nome…  

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