Monday, February 10, 2014

Disgusting!

Não sabia da surpresa que me esperava ao sair dos festejos do 3º aniversário da Lua de Marfim.
Como sempre que tenho um compromisso, há uma propensão para que a vida disponha de diversificadas maneiras, umas bastante desagradáveis, que me descompensam e permitem que as minhas forças anímicas, já de si fragilizadas por muitas e desconfortáveis agruras nestes últimos 7/8 anos, baqueiem entre indecisões - fico atordoada, insegura; muitas vezes desisto dos programinhas que me permito proporcionar.
Tive que me sujeitar a esperar que a oficina me desse o carro como pronto, para o ir buscar e seguir viagem - um "arrombozito" no meu orçamento...
Depois, foi correr para Lisboa, para estar no lançamento de O MUNDO DA LUA.
Saí descoroçoada, também aborrecida com o entra e sai no átrio a que o Paulo nos obrigou, para provarmos o bolo. Farta do joguinho, preocupada, por um lado, porque a Zora tinha ficado no carro e estava bastante frio, e, por outro, porque após algumas voltas em busca de aparcamento, lá encontrei um lugar relativamente perto,  entre a Biblioteca Municipal e a Alameda da Universidade, e, muito embora tivesse verificado o parquímetro, fico sempre em sobressalto - surpresas acontecem, e de que maneira?!...
Saí e fui remoendo com os meus botões.
De repente, deparo com dois homens de negro - pareceram-me polícias, ou fiscais de aparcamentos e o meu coração parou.
"Pas de problème"!
Só então me apercebi que estava à porta da Galeria 111.
Luzes, alguma gente...
Entrei: uma "vernissage".
Passei de largo por Paula Rego - conheço-lhe os traços e as cores. Sou pela (re)construção, pela (re)/(i)novação. O que os seus quadros me transmitem é quase inexplicável: sinto como se uma torre de cristal implodisse, deprimem-me, angustiam-me.
Seguiu-se um óleo de Júlio Pomar - meu Deus! Que horror de "borrão"!
Pizas, Eduardo Batarda, ...
Nada que prestasse, ou me prendesse, por momentos, a atenção. Saí com a noção de que já tinha visto melhor nalguns quadros deitados ao lixo, ou que deveria começar a fazer buscas e recolhas, tal a qualidade de alguns expostos.
Observando um último que, por contrastivo em vários aspectos, me agradou um pouco, ouvi alguém dizer, em frente ao de Júlio Pomar, "está avaliado em 50.000" - quê? Grãos de areia, ou feijões?
Não abusem da nossa credulidade, não ultrajem o que deveria merecer algum respeito - a sensibilidade dos outros!
Ao sair, sinto um olhar demorado, que me seguiu. Olhei, e saí. Como não podia deixar de ser, era "Madame Benilde", e os tais homens eram os seus guarda-costas.

10/02/2014, (13h:58')

Wednesday, February 5, 2014

3º Aniversário da LUA DE MARFIM EDITORA

No passado dia 01, Sábado, em comemoração do 3º Aniversário da Lua de Marfim, foi lançada a Antologia O Mundo da Lua.
Esperava melhor, com outros textos, porque, os que me foram dados analisar, quase nada têm a ver com o tema proposto, obrigatório.
É evidente que se torna mais difícil, o desafio é maior quando nos temos que restringir a um tema, mas não obvia algumas veleidades.
Depois, para além de conter menos propostas, o que, consequentemente, conduz a menos variantes, menor volume da obra, o preço subiu consideravelmente. Não comparticipando, (ou "vendendo" a nossa criatividade), temos que adquirir os espécimens que pretendermos ao preço de venda ao público.
Cindindo-se em duas partes, POESIA e PROSA, este ano a Antologia contém mais de dois terços de Prosa. Justificou um dos responsáveis, (Paulo Afonso), que a redução de textos se devia ao facto de convidados, que se determinam contra o AO, se terem negado a participar. Deu-me para pensar no desaguisado que tive com a Magda Pais o ano passado - reestruturei o texto, mas não me vi livre de ser apodada de retrógrada. Não serei tão radical como foram os que se escusaram este ano - há formas de contornar estas "questões de alecrim e manjerona". Sou, por várias razões, e toda a gente o sabe, contra o (des)acordo. Mas, "dar a volta ao texto", também é um bom exercício. Uma coisa é a ignorância, que molda contornos err(óneos)/(áticos), outra é a pouca clareza, a abstrusa disfunção que por aí grassam na aplicação de um mesmo sintagma com grafias diferentes, no mesmo texto. Mas... "adelante"! 
Houve "troféus" para quem subsidiou a edição gráfica da Editora a "solo". Creio que dois ou três. Os responsáveis lá sabem o que fazem?!... Um isco a que, (depois de contacto com outras Editoras no mesmo patamar do da Lua de Marfim), não arrisco o que quer que seja. Cada um sabe de si...
Luís Vinagre, com os floreados em vídeo como fundo _  habituais na "net"e que me recuso a aceitar _ lá foi dizendo uns textos poéticos. [ Falarei deles noutro quadrante]. Sensível este homem.
Contudo, muita bacorice, muita bacorada se ouve, às vezes, nestas sessões. Também se aprende, o que me dá imenso prazer.
O Paulo Afonso Ramos _ devia ser revista esta situação! _ com "pontapés" graves na gramática, nomeadamente flexão verbal com os pronomes reflexos.
Outro "escritor", (de "boca cheia"?!) "assume" que, "por acaso adorava ser conhecido como escritor mas não quer". Discrepante, no mínimo.
Outra, arremedando Sousa Tavares, (a excelsa aventesma dos jornalistas?!...), "que os professores não se dão ao respeito", e outras mais asserções, que me puseram em brasa; embora reagindo de molde a ser ouvida para quem se encontrava ao meu lado, preferi "deixar correr o marfim" - não valeria a pena exasperar-me. Senti-me "tocada", e desagradou-me. Bastante.

Ficam em registo o bolo, que não provei, mas estava bonito:



e a Capa e Contra-capa da Antologia:







Quando escrevi isto, no passado dia 5, creio, nem mais me lembrei de falar dos XXL BLUES. Adoro "blues"! E como não? Durante um bom pedaço tentei adaptar os meus tímpanos ao som alto, gritante. Serão "blues", mas arockados, ou "rock" abluado. Acabei por ouvi-los até ao fim.
Gostava de os ouvir novamente, mas noutras condições. 

10/02/2014, (14h:09')