Wednesday, April 29, 2015

Quase um ano sem por aqui vir semear o que quer que seja...
Tantas lucubrações foram forjadas, tantas ansiedades sentidas, tantas sensações desconformes aglutinadas, algumas desesperanças suportadas, abalos sem sentido me foram perpetrados...
Mas hoje, parando, para querer saber um pouco de mim, dou-me conta de que poderei estar no fim da linha.
Maio vai ser um mês de arrepios, de contra-sensos, de masoquismos obrigatórios. 
Tanto tempo faz que reclamo atenção para os meus alertas, respeito pela saúde do meu corpo e sustentabilidade da minha vida, [que só pretendo que seja linear, simples, descansada e sadia, como tentei que sempre fosse, que, (como é habitual), tem sido devassada, destruída sem dó nem piedade - a violência, expressa por palavras e actos tem sido do mais insuportável, que imaginar se pode]?!...
Este ano iniciou-se mal - só, como sempre, sem um abraço, sequer.
Os fogos-de-artifício trouxeram-me imagens de faúlhas soltando-se de fogos que nada tinham de festivos...
As atribulações são as mais discrepantes, absurdas, inadmissíveis numa sociedade, que se pressupõe "normal", e que só lixo transborda.
As minhas endofasias enchem-me o âmago - ninguém sabe o que é isso, sem lhes conotar valores negativos...
Não sendo, de todo, masoquista - "va de retro!" - vou permitir que me esquartejem, me trunquem pedaços para análises detalhadas. Nos cadinhos onde forem pousados, misturarão "ácidos e coisas que tais"...
Depois... "que seja o que Deus quiser!"
Já não questiono. Perdi o "élan", o sentido da minha vida desde que me impuseram - direito a penas duras com dolo! - viver onde estou.  Rejeito tudo - basta ler tudo quanto tenho escrito contra estas excreções fedorentas que me rodeiam; a alma, a vida, o valor de tudo... nem sequer sabem que existem.
Para lavar roupa, foi preciso que vissem minha pendurada todos os dias. Para limpar a casa, foi necessário pendurarem--se nas janelas ou pregarem-se no chão da rua para aprenderem. Tomar banho? Que canseira, que luxo, ou esquisitice tamanhos?!
Esta repulsa que despertou tão logo me permiti deambular pelas ruas, nas minhas passeatas higiénicas, cruzando-me com estes espécimenes, recrudesceu com o assédio, ou intromissões na minha vida privada, ou sendo perturbada em minha casa.
Vivem por onde e com o que se defeca e/ou se exsurge. E é já bastante. São promíscuos, defectíveis por excelência. Chafurdam, regozijam-se e são "felizes"... 
"É a vida?!"...

Vale Vite, 29/04/2015, (1942')