Friday, December 28, 2012

Natal no Algarve 2012

Os pinheiros dos quintais
Estão às outras árvores iguais
Já não luzem, já não brilham
Estão despidos de côr
Só de verde, erectos, se ergam
Esqueceram do Natal o fulgor

Não há lâmpadas, não há luz
De mil côres a piscar
Cerraram-se as gelosias, 
Não deixam entrar o luar
Com que o Natal e Jesus
Nos quiseram presentear
Nos cheiros do mar, das maresias

Estão aos outros dias tal qual
Ruas, casas, portadas, janelas
Conta-se a vida que morre
Nos passos apressados nas vielas
Não se vê vivalma em corre-corre
Descansam-se agora as euforias
Vividas de um outro Natal

Está tudo mais calmo agora
Com pouca gente de fora
Que fugiu de outras crises,
Lá onde labutam e vivem
Deixaram para trás as raízes
Por cá passeiam e riem

28/12/2012, (12h:40')

Tuesday, December 18, 2012

As minhas efabulações - 2

Estão em laboração quatro Colectâneas em que participo, e que deverão ser publicadas em Janeiro e Fevereiro de 2013.
Uma Colectânea, ESPONTÂNEOS DE NATAL, já foi publicada e lançada, mas ainda não tive oportunidade de levantar os exemplares solicitados.

Foram publicadas duas obras:
a)  TEMA E IMAGEM EM SONETOS DE SÁ DE MIRANDA
b)  O TEMPO EXTERIOR E/OU HISTÓRICO, E O TEMPO INTERIOR E/OU FICCIONADO em
     "SEXING THE CHERRY", de Jeanette Winterson
que ainda se encontram para levantamento, nas mãos dos editores.

Estão em preparação, para início de 2013, mais três ou quatro libretos - contos infantis, peças de teatro, poesia da minha adolescência, durante e depois do casamento/divórcio, textos filosóficos, crítica literária...

2013 promete... Haja saúde, paz e ... dinheiro para pagar as obras!

A minha produção amadora - 13

Mais algumas telhas.

O tempo é sempre escasso, e o fim de cada ano atropela-se em arrumar assuntos pendentes, em tentar passar a barreira que nos leva ao ano que se aproxima sem "lixos" desnecessários, sem contas em atraso, sem "quebra-cabeças" com que o sistema, e os outros, nos vão presenteando, e que, por inépcia, inapetência e decidida e (in)voluntária aversão a papelada e à perda (in)consequente do nosso precioso tempo, vamos adiando até que o alentejano que existe em cada um de nós "se levante e dê fogo à cama".

Estas são algumas das últimas telhas que pintei, ensaiando algumas experimentações em "craquelure", de que gosto particularmente.

Fundo cinza sobre preto  FLORES, evidentemente!...

Fundo dourado sobre amarelo. A minha primeira tentativa de reprodução de temática africanista.


FRUTOS: fundo branco sobre prateado.


Encontram-se trabalhos em laboração, e alguns em finalização. Dificilmente os acabarei antes do fim deste ano de 2012 - estou de partida para outras paragens, que me absorvem de muitas outras maneiras, e o espaço e o tempo preenchem-se diferentemente.
Aguardemos que 2013 me traga outras experiências, maior energia e renovada vitalidade e inspiração.

Natal no Lar da Praça José Fontana

Para a festa de Natal
Resolvemos engendrar
Qualquer coisa de original
Que vamos relatar:

Uma consoada tristonha
Era o que se nos deparava
Mas uma imaginação bisonha
Na nossa mente despontava

Um coelho, uns copitos,
Uma ceia genial
De sobremesa uns pêritos
Oh! Que rico festival!

Música, muita música,
Bailarico e algazarra,
O fado também foi rúbrica
No meio de tanta farra

Depois de tanto cantar
Soou a hora das pielas
E não é que fomos acabar
Lavando talheres e panelas?!...

25/12/1971, (04h:05')

Friday, December 7, 2012

Natal

Não sei fazer versos
Que falem da poesia
Que, de paz, num dia,
Junta muitos entes dispersos

Para a ceia de Natal
Onde se comunga a alegria
Devíamos fazer tal qual
Sempre o mesmo, dia a dia

Natal, breve passagem
De um tempo de ficção
Vivemos numa imagem
Estiolada pela imaginação

Volta tudo bem depressa
Às calhas que a nossa vida
Faz com que esmoreça
Toda essa breve mexida

06/12/2012, (19h:46')