Monday, April 4, 2011

"Sei de uma camponesa..."

... que vive dentro de mim, paredes meias com a desventura, roçagando escolhos e abrolhos - senta-se todos os dias à minha mesa, refrigera-me as noites, dormitando silente, e desvelando cuidados por uma vida melhor; vagueou, perdida na esperança do amor à vida, perdeu mais do que ganhou, não por não saber jogar - as "mãos" foram de "dor e pecado", não conseguiu, (ou não quis), vincular-se à desconexa hipocrisia, ao cinismo, às "mise-en-scènes" fortuitas - troca-se tudo de tudo, desrespeita-se o sonho do outro, a calma ociosidade da filosofia, e depois... depois restam as cruzes, palpitando e ensombrando momentos outros próximos das repetições anteriores. E foi assim que me perdi com ela, trazendo-a num aperto no peito, deixando morrer sorrisos, cerrando os olhos de sombras, rasgando a carne de ressentimento, de raiva, de inconformismo desmesurado...