Tuesday, May 28, 2013

As minhas efabulações - 10

Hoje, quando regressar ao Vale Vite, devo ter a minha última obra na caixa do correio:
- O meu livrinho de Contos Infanto-Juvenis. Histórias verídicas, dificilmente ficcionáveis. O livrinho ficou um espanto - tenho a prova da capa e contra-capa. Depois de ter dado cabo da minha cabeça para aproveitar fotos tiradas, e que fazia questão de pôr na capa, a EuEdito compôs uma lindeza.

               ... E Viva a Vida!

é o título. Mais logo postarei a digitalização.

29/05/2013 - afinal acabei por vir para a Lourinhã hoje. Conforme supunha o meu livrinho cá estava à minha espera:

A Capa - uma ternurinha!


A Contra-capa.
ISBN: 978-989-98135-5-7
Composição: EuEdito



Em laboração, reestruturação e revisão uma tese sobre Sherwood Anderson, (1876-1941). Uma paixoneta que me empolgou, me deliciou e me deu imenso prazer trabalhar.
Irá, provavelmente, ser publicada em Junho - "so help me Gosh!"

Friday, May 24, 2013

Dia da Criança - 2013

Terapias Alternativas

Já se tornou vulgar ouvir-se falar em terapias recursivas, visando a integração na sociedade comum de crianças e/ou adolescentes com Trissomia 21.
Até gente com mais idade: muito recentemente conheci um rapaz de vinte e oito anos, que, depois de muitas tentativas falhadas para o habilitar a uma inserção, como ser capaz e útil, na amálgama em que vivemos, os pais, mais propriamente a mãe, ( porque normalmente são as mães as que menos se cansam de tentar, e insistem até às últimas consequências no que consideram pertinente), decidiram, talvez por influência de vários "talkshows", conduzir o filho para uma coudelaria.
Estive à conversa com ele e a mãe - a preguiça para fazer o que quer que seja é imensa. "Que gostavas, ou querias fazer?"
                                             "Nada!"  - uma encolhidela de ombros de perfeito desinteresse por tudo.
Pouco mais disse que isto e o nome, quando lho perguntei. Tudo o resto, que pudesse ter sido desenvolvido em conversa, falhou. Respondia-me a mãe por ele.
Cavalos, burros, póneis têm sido os recursos mais utilizados, em vez dos habituais, estafados trabalhos de grupo em salas de terapia criadas para o efeito.
Conheço uma Associação bem perto do lugarejo onde vivo, que funciona, muito embora com extremas dificuldades de gestão, e com o contributo de muita gente, (a meu ver), bem.
É uma alegria entrar lá -  rapazes e raparigas, abrangendo várias faixas etárias, socializam, riem, brincam, criam e são de uma disponibilidade prestativa sem limites. Impossível não os admirar, não nos sentirmos envolvidos num vórtice afectivo e aconchegante. São, de facto, excepcionais: as exposições que realizam, apoiados pelas professoras, bem entendido, apresentam artefactos, que denotam critérios de gosto, de adequação da(s) aplicaç(ão)/(ões), de selecção de cores e materiais. O modo como lidam com o que lhes é ofertado para trabalho, ou com o produto já acabado, transmite-nos uma ternura nata, um cuidado infinito no manuseamento.
Este, a que me refiro (evitando, por bem, citar nomes), o que lhe vi, durante dois longos dias, fazer bem, foi comer. Vorazmente.
Haverá ocasião de os voltar a encontrar: nessa altura saberei como estão a decorrer as suas lições de tratador de cavalos, e que evolução será observável.

Contudo, tinha decidido referir-me a uma outra terapia, tão mais morosa, quanto mais profundo fôr o grau de dependência e de limitação das capacidades do doente - é mais onerosa, bastante, até.
Trata-se da utilização dos golfinhos.
Dispendiosa, porque ocorre, naturalmente, em tanques ou aquários de grande porte, e precisam de ser vigiados, dirigidos, seguidos por pessoas minimamente idóneas, ou credibilizadas.
A atenção, que as crianças autistas requerem, tem vindo, gradualmente, a desestabilizar e a reestruturar, (quando não pior ainda), o equilíbrio familiar.Um dos elementos do casal tem, por força das circunstâncias, de abandonar toda uma vida de hábitos adquiridos, para se dedicar, de corpo e alma, ao filho, ou à filha, para que a evolução, longa e pacientemente esperada, se realize.
Contudo, que poderes naturais e ainda não completamente conhecidos possuem os golfinhos? Sabe-se que conseguem comunicar. Sabe-se que a frequência dos sons que emitem atingiram, aqui há anos atrás, quase que uma ciência extra-terrestre. Sabe-se que captam frequências absolutamente inaudíveis para o ouvido humano, e para a maioria dos animais - foram captadas com sonares poderosíssimos, mas ainda estão por decifrar esses códigos "linguísticos".
Cada tratamento destes pode atingir entre 1.700,00 euro e os 2.500,00 euro por hora - que salário terá que ter uma família para obviar os bons resultados, relativamente rápidos, de sessão para sessão, de um descendente? Um dos pais está, por certo, a esfalfar-se para além do que o seu arcaboiço aguenta... Ou, na melhor das hipóteses, decidiu-se a delapidar fortuna de família... (Não vou, nem quero entrar por outros desvios: estas crianças não o merecem, porque são, normalmente, super-dotadas, ou, mesmo, pequenos génios).
Conheci, de relatos ocasionais por parte do meu sobrinho, da dedicação, da abnegação de um pai um destes Verões, no Algarve.
Um dos parques aquáticos tem golfinhos. Ele os conduzia e vigiava. A relação garoto-golfinho tinha, subrepticiamente, despoletado quaisquer correspodências entre os dois, que o pai, (segundo o meu sobrinho), andava doido de alegria e retemperado de excessos de amarguras e dores contidas.
Inimagináveis os "buracos" na conta - pagava, e por ser todos os dias, 1.650,00 euro diariamente, "cash". Tanto dinheiro não permitia a utilização de cheques.
Deve "doer"...
No fim desse Verão, já o garoto se envolvia com o golfinho, sozinho.
Prescindia de ajuda. Os olhos já se erguiam para fitar, feliz, o pai.
Não há subsídios para estes tratamentos, como é fácil de calcular.

Só de imaginar-me em situação semelhante, arrepio-me e encarquilho-me toda!
Os que não têm esta possibilidade, sabe-se lá a custo de quê, demoram eternidades de tempo a demonstrar melhoras e a acordar para o mundo exterior.


[Ando numa de sensibilização para o acompanhamento e adopção de animais. Operam maravilhas! Experimentem!]

20/05/2013, (22h:42') 

Sunday, May 19, 2013

Um Conto por mês - excertos

Lolita Ciosa

Neste recanto do mundo, há gente que vai e vem, de um dia para o outro - ou têm casa aligeirada ou gostam de experimentar novos quadrantes.

.......................

E assim aconteceu com este casal, que, na maioria das vezes, andava desavindo. Ambos na fase crítica da "terceira idade", cada um manifestava-se de modo consentâneo com os desvios, que normalmente se observam.
Ele, Zé Maltês, com a mania que ainda era jeitoso, metia-se com as vizinhas, ....
Ela, Lolita, um mulherão..... muito insegura, ciumenta, ...na fase crítica da menopausa, .....

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Lolita, por causa dos ciúmes, começou a variar.

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O marido, nunca entendi o que fazia, .... Parava pouco em casa. Quando estava, ouviam-se altercações, .....

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Com a Rosa de Flores Nenhumas o caso esteve feio... Rosa pelava-se por vê-la fora de si; metia conversa com o Zé Maltês, e era tudo conversa fiada e cafés servidos no vão da janela.

......................

Mas Lolita endoidou de vez ......
Partiram a meio de uma manhã, sem deixar rasto.
Mas Zé Maltês ainda por cá circula. Deixou uma carrinha, que a rapaziada desocupada tentou destruir. Tem sido reconstruída aos poucos, mas ainda por cá está.

In Contos em Noites de Lua Cheia - O Vale das Sombras
ISBN: 978-989-20-3163-7
Fast. Livro
Junho de 2012

Tuesday, May 14, 2013

Mind of the day!

Que grande maçada esta puta de vida!
Estou farta de dizer que NÃO QUERO!!
Já estou a bater mal por tudo o que é possível. País de merda! Gente estúpida que nem calhaus com olhos!


Para ajudar à "festa" o bichinho morreu-me nas mãos!
Que bafos de onça e do deanho me cercearam todas as minhas fruições, e tentativas de ter uma vida, que se esgota no cansaço desmesurado, até de respirar.
Não sei de mim outra vez!

Mas, antes que acabe esta sandice toda, vou deixar
- algumas noções básicas de T. S. Eliot sobre Cultura
      - remissões para uma vida em pleno, sem anormalidades, 
             sendo-se completo, contrariamente ao que terá sido dito,
             em hasta pública, por um elemento responsável da escolinha onde pretendem que estacione:
 
"What is pertinent ... is that the emergence of more highly cultured groups does not leave the rest of society unaffected: it is itself part of a process in which the whole society changes..., the one thing that time is ever sure to bring about is the loss: gain or compensation is almost always conceivable but never certain.
... the culture of the individual cannot be isolated from that of the group, and that the culture of the group cannot be abstracted from that of the whole society; ...our notion of "perfection" must take all three senses of "culture" into account at once."
ou seja
individual  >  group  >  society
 
 
 



Monday, May 13, 2013

Trabalhos acrescidos...

Depois de um fim-de-semana de trampa, em que a vontade andou completamente arredada das minhas volições, o dia de hoje correu morno.
Ao fim da tarde decidi ir andar com a Zora na Areia Branca, e aproveitar os últimos raios de Sol. Sair deste covil de víboras e esquecer-me, por momentos, que o mal-estar tirou assinatura permanente, se por aqui sou obrigada a estar mais de dois ou três dias. Infelizmente vai ser mais longa a estadia, com as alterações recentes da minha vida.
As minhas fruições, as minhas presumíveis realizações, que estavam em curso, vão sendo arrastadamente adiadas.
Só me apetece deitar-me, emborcar comprimidos, para me esquecer do tempo, de mim e do mundo.
Estou a agarrar-me, novamente, à "bengala" do "dopping", o que recrudesce a minha inteira rejeição a tudo que me rodeia por aqui.
A Zora anda irreconhecível - não come quase nada e amarfanha-se na poltrona, ou solicita meiguices e atenções, que o meu estado de espírito e disposição preguiçam em conceder-lhe.
Sempre supus que ela tinha qualquer índice de pisteira ou caçadora.
Deparei com ela de volta de uma gaivota morta - ocorrências frequentes na Areia Branca, sabe-se lá porquê.
Dissuadi-a a afastar-se.
Perto encontrou uma cria, novinha, que, (creio), será de gaivota - não reconheço a espécie. Está ferida, faminta.
Fui a uma Clínica Veterinária para me darem indicações - "nada percebem de aves"...
Já tentei reanimá-la com papa de arroz e água - arribou um pouco. De vez em quando pia - que falta faz uma mãe?!...
Cuidados acrescidos...
Oxalá consiga pô-la bem para a devolver ao lugar a que pertence.  Não posso tê-la numa gaiola, obviamente. Agora está, porque, mesmo coxa, quer partir, e não pára quieta.
A minha boa acção do dia - visível?!...
Amanhã tenho que ver como resolver rapidamente este problema - é desconfortável para ela estar na gaiola, e, para mim, tarefas inesperadas, para que não estou nada de nada capacitada, de momento para assumir.
Podia tê-la deixado ficar onde estava, passar de lado, fechar os olhos...
Não sei se é gaivota, mas recordei-me de Donovan e de Fernão Capelo Gaivota. Os inexpectáveis "flashes" que me surgem...
Esta vida de círculos em volta, fechados sobre si mesmos, envolvendo-me como redomas?!...   
Já pia outra vez - vou tentar insuflar-lhe mais uma dose de papa e água... Será frio? Falta do aconchego da mãe?

13/05/2013, (23h:33') 

Thursday, May 9, 2013

As minhas efabulações - 9

A ser lançada em Junho próximo, a Antologia RIO DOS BONS SINAIS conforme convite para a sessão 


com dois textos meus, um em prosa - conto, outro em poesia.

Wednesday, May 8, 2013

Deixem-me...

Deixem-me bordar o lenço
Onde escondo as minhas mágoas.
No fogo das minhas fráguas
Moldo a dor e já não penso

Outro alor, outra ventura
Renasce nos tons de fogo
E de novo entro no jogo
Que, (sei), me leva à loucura

De desejar de outro modo
Que a vida se desenrole
- Fujo, esmoreço, fraquejo

E sempre, num lampejo,
Vejo o fogo que se evole
Como poeira de um rodo

EB 2/3 Dr João das Regras - Agrupamento EJI D. Lourenço Vicente Lourinhã
08/05/2013, (11h:28')